domingo, 29 de março de 2020

Resenha: A Princesa Prometida


A Princesa Prometida, de William Goldman, é um livro muito peculiar.

E se você pudesse editar seu livro favorito, tirando todas as partes "desnecessárias", como longas descrições e histórias sobre o lugar e a cultura de onde a história se passa (considerando que isto não seria essencial para o entendimento da história)?
É isso que William fez.

Quando William tinha dez anos, seu pai leu para ele "A Princesa Prometida", de S. Morgenstern, durante os dias em que ele estava doente, para passar o tempo.
Sem nunca ter pego o livro nas mãos, depois de muitos anos, no aniversário de dez anos de seu filho, William procura o livro em diversas livrarias e, quando finalmente o encontra, depois de muito procurar, o dá a seu filho, que para sua decepção não gosta da história.
Como ele poderia não gostar de uma história tão interessante?
E é aí que William descobre que, no meio dos acontecimentos que deveriam levar o leitor à uma grande tensão, Morgenstern interrompe a história com descrições elaboradas de Florin (o país onde se passa), suas histórias, paisagens e cultura.
Por que não editar e deixar apenas "as partes boas"?
Depois de muita dificuldade com seu agente, William finalmente consegue, e então somos apresentados à história de Buttercup, e Westley, que trabalha para os pais da moça, na fazenda onde vivem.

Um dia, Buttercup se dá conta de que Westley é apaixonado por ela, e de que ela corresponde aos sentimentos dele.
Westley, então, vai embora, em busca de poder dar à amada uma vida confortável quando voltar.
Passado algum tempo, Buttercup recebe notícias de que seu amado foi morto pelo temível pirata Roberts, e jura que jamais amará ninguém.
E então, surge o príncipe Humperdinck, que não ama Buttercup, e que não é amado por ela, mas propõe casamento para que pudesse se tornar rei. Ela então aceita, e a partir de então muitas coisas acontecem: ela é sequestrada por um espadachim, um gigante e um mestre da inteligência, é raptada por um homem de preto, e aí temos muita aventura, perigo, lutas, romance, piratas, tortura, ganância, morte e, acima de tudo, amor verdadeiro.


Eu simplesmente amei o livro todo. Tive que pesquisar, e descobri que não, o autor não editou um livro já existente, ele não tem um filho e sua esposa não é psicanalista como na história.
Amei cada detalhe, cena de ação, a agilidade física e psicológica do homem de preto, o romance que não demora a acontecer, a sacada de criar uma história pra poder contar a história e assim, dar mais complexidade ao livro... Amei cada "intromissão" do autor na história de Buttercup e Westley, o tipo de humor usado na história deles, o modo como o romance é descomplicado, sem os obstáculos que costumam ter em livros do tipo (preconceito por parte da família da moça, desentendimentos entre o casal protagonista, os problemas que passam com o início da convivência e etc), dando lugar à um romance com obstáculos grandes, como a ganância de um príncipe orgulhoso, roedores gigantes, sequestros e etc, o que torna o livro uma aventura e tanto.

Outro ponto positivo: o livro possui um filme, com roteiro escrito pelo próprio autor! Pense em um filme fiel! É claro que não em 100%, mas você consegue reconhecer a maioria das frases ditas no livro, consegue se apaixonar por seus personagens preferidos, antes apenas vistos em sua mente, e, é claro, ficar impressionado com os efeitos especiais dos anos 80 (e não estou brincando, mordi minha própria língua ao constatar o quão bom e realista as coisas ficaram, mesmo em um ano sem tantos recursos). Assisti duas vezes seguidas! Se tornou meu filme favorito da vida!

Se essa história não é perfeita, na minha opinião chega muito perto. Não vejo defeitos! Sou apaixonada por romances com uma boa dose de humor e aventura, o que não falta na história de Buttercup e Westley. Recomendo demais a leitura e o filme, são excelentes!
Espero que tenham gostado da resenha. Beijinhos e até a próxima!